Para alguns jovens realizadores audiovisuais da Zona da Mata mineira chegou a hora de tirar do papel seus projetos de produção de um curta-metragem e colocar a mão na massa. Contemplados no 3º Edital Usina Criativa de Cinema eles participaram de um processo de formação, receberam recursos financeiros para suas produções, e já iniciam as filmagens.
Em 2018, a terceira edição da chamada pública ampliou os recursos, passando de R$ 25 mil para R$ 30 mil para cada produção de curta metragem. Além disso, cada proponente tem acesso a consultorias em 09 áreas técnicas: Análise de Projetos, Roteiro, Direção, Produção, Fotografia, Direção de Arte, Som, Montagem, Distribuição, realizadas no Estúdio Escola Fábrica do Futuro.
PROJETOS SELECIONADOS:
Concorrendo com 24 proponentes de 8 cidades da região, foram selecionados pela Comissão Técnica 04 projetos locais:
“HISTÓRIA DO MENINO NEIMAR” (Animação) – direção de Rafael Bianchini (Ubá).
“CANGACEIRO MARALONSO” (Documentário) – direção de Samuel de Oliveira Fortunato (Ubá)
“CASULO” (Ficção) – direção de Rafael Aguiar (Cataguases)
“SANTA” (Ficção) – direção de Marco Andrade (Cataguases)
Como prevê o Edital, um quinto filme será realizado por um Diretor Convidado. Nessa edição, teremos a presença do diretor de cinema e teatro, Ricardo Alves Jr, mineiro de Belo Horizonte, que irá envolver equipe técnica e artística local em sua produção.
CONSULTORIAS:
Em maio, abrindo o processo de formação, a consultoria de ANÁLISE DE PROJETOS foi realizada pelo documentarista Marcos Pimentel, coordenador do Projeto Usina Criativa de Cinema e Diretor de Formação do Polo Audiovisual da Zona da Mata MG.
Na sequência, foi realizada a consultoria de ROTEIRO, por Nathaniel Leclery, produtor e roteirista de cinema e TV, fundador da Matizar Filmes, realizador do longa-metragem “Fala Tu”, vencedor de prêmios no Festival do Rio.
“Essas duas consultorias foram o ponta pé inicial para os participantes seguirem trabalhando e aperfeiçoando suas ideias para que os roteiros tornem-se mais robustos e consistentes”, afirma Marcos Pimentel. “Ao longo do processo, as consultorias proporcionam um upgrade nos roteiros e na concepção artística da obra e acompanhamento constante durante todo processo de realização”. Todas as consultorias são realizadas em parceria com o projeto Estúdio-Escola Fábrica do Futuro, em Cataguases.
Em junho, mais uma etapa do processo de formação dos diretores dos curtas, começando pela consultoria de DIREÇÃO, que foi ministrada pelo cineasta RICARDO ALVES JR, autor de filmes premiados como o longa-metragem “Elon não acredita na morte”, e o curta “Tremor”, entre outros.
Na PRODUÇÃO, o convidado foi o diretor e produtor GUILHERME FIÚZA ZENHA (BH), realizador do longa “O Menino no Espelho”, filmado em Cataguases (2012). Entre suas obras, destacam-se os longas “Batismo de Sangue”, de Helvécio Ratton, “Depois daquele baile”, de Roberto Bomtempo, entre outros.
A consultoria de DIREÇÃO DE ARTE foi realizada por CEDRIC AVELINE, design de produção e diretor de arte, que integrou a equipe técnica do longa “Quase Samba”, de Ricardo Targino, filmado em Muriaé (2013). E sua trajetória, Cedric participou da produção de curtas e longas-metragens, programas de TV e videoclipes.
Na consultoria de SOM, o documentarista e técnico de som, FELIPE SHULTZ MUSSEL, com experiência em mais de 30 filmes brasileiros, vencedor do prêmio de Melhor Som no Festival de Brasília pelos filmes “Morro dos Prazeres” e “Menino-peixe“. Felipe já foi consultor do Projeto Usina Criativa de Cinema em 2016.
E para a consultoria de FOTOGRAFIA, o roteirista e diretor de fotografia TIAGO SCORZA, realizador de filmes exibidos e premiados em festivais nacionais. Um de seus trabalhos mais recentes é o documentário “O Grande Ímã”, em parceria com Petronio Lorena.
Todas as consultorias são realizadas em parceria com o projeto Estúdio-Escola Fábrica do Futuro, em Cataguases.
Em julho, os jovens diretores iniciam suas produções.As filmagens são realizadas nas cidades dos contemplados, com participação de profissionais locais, como prevê o edital.A cada edição, mais de 150 pessoas participam dessas equipes, expandindo o processo de qualificação profissional para produtores, artistas, técnicos, fotógrafos, músicos, designers, figurinistas e maquiadores da Região. E, por fim, as consultorias de Montagem e Distribuição são oferecidas ao fim das filmagens.
O grande momento acontece em outubro, quando os cinco curtas-metragens serão exibidos pela primeira vez em sessão especial do 6º Festival Ver e Fazer Filmes, concorrendo a prêmios em diversas categorias, pelo júri técnico e júri popular. O evento acontece no auditório do Centro Cultural Humberto Mauro, em Cataguases, com presença de familiares e amigos das equipes participantes do projeto.
A SELEÇÃO DOS CONTEMPLADOS:
O Edital Usina Criativa de Cinema tem alguns diferenciais em relação a outros concursos no campo do audiovisual, sempre buscando oferecer uma oportunidade de aprendizado na elaboração de projetos de produção audiovisual e garantir a imparcialidade na indicação dos contemplados.
Para o coordenador do projeto, Marcos Pimentel, o parecer apresentado pela Comissão de Seleção a cada concorrente com uma análise sobre seu projeto é um dos aspectos mais relevantes desse edital:
“O parecer vai apontar os pontos fortes e fracos do projeto e é emitido para todos as propostas inscritas, independentemente de terem sido selecionadas ou não. É uma ferramenta importante para que o concorrente reescreva seu projeto, tornando-o mais sólido e consistente, e possa apresentá-lo na edição seguinte em melhor condição de ser selecionado e também apresentá-lo em outros editais e fundos existentes no país.”.
Marquinhos, como o documentarista é conhecido, conta que isso já aconteceu algumas vezes: “Rafael Ski, por exemplo, não foi selecionado na primeira edição do Edital, refez sua proposta, foi contemplado e seu filme ainda conquistou vários prêmios na edição seguinte. Em 2018 temos também dois casos de jovens realizadores – Rafael Bianchini e Samuel Fortunato – que reapresentaram seus projetos a partir de considerações feitas pela comissão no ano passado e foram contemplados este ano”.
Outros cuidados são tomados para garantir a integridade do processo: a cada ano, a Comissão de Seleção é composta por profissionais diferentes das edições anteriores, o que permite um novo olhar em relação às propostas apresentadas. E ainda, esses profissionais têm formação, áreas de atuação e experiências diferentes na produção audiovisual, e, por serem de outras cidades do país, não têm relação direta com os realizadores da Zona da Mata mineira, garantindo maior isenção para o processo.
Em 2018, a comissão de seleção foi formado pela roteirista Anna Flávia Dias Salles, o produtor Breno Nogueira e o diretor Ricardo Alves Jr, todos de Belo Horizonte.
O FESTIVAL VER E FAZER FILMES – USINA CRIATIVA DE CINEMA é uma iniciativa do Instituto Cidade de Cataguases, em parceria com o Instituto Fábrica do Futuro – Projeto Estúdio Escola Fábrica do Futuro, Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, com o patrocínio da ENERGISA MINAS, por meio da Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultural de Minas Gerais.
Saiba mais: projetos contemplados, projetos suplentes e comissão de seleção
Saiba mais: projetos apresentados
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