O cineasta Ruy Guerra, um dos maiores nomes do cinema nacional, recebeu uma homenagem especial por ocasião da 6ª edição do Festival Ver e Fazer Filmes, em outubro.
Diretor, ator, roteirista, com uma bagagem de 300 obras realizadas em 60 anos de carreira, Ruy Guerra esteve em Cataguases em outubro e novembro para filmagem do longa-metragem “História de um crime”, uma trama de suspense que irá mobilizar em sua produção uma grande equipe do Rio de Janeiro e da região.
Na noite de encerramento do festival, após exibição de seu filme mais recente “Quase Memória”, Ruy Guerra recebeu o troféu das mãos de Monica Botelho, diretora presidente da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e representante da ENERGISA.
Na foto: Marcos Pimentel, Ângelo Oswaldo, Cesar Piva, Ruy Guerra, Monica Botelho, Fausto Menta
Veja mensagem de Ruy Guerra aos realizadores audiovisuais da Zona da Mata:
CATAGUASES É REDUTO DE RESISTÊNCIA CULTURAL, DIZ CINEASTA RUY GUERRA
“Em primeiro lugar, quero demonstrar meu respeito e admiração pelo cineasta Humberto Mauro. Já nos anos 60, quando iniciávamos o Cinema Novo, reconhecíamos o valor da obra de Humberto Mauro, como ela marcou a história do cinema brasileiro, e o cinema brasileiro, por sua vez, marcou a história do cinema mundial.
Aqui em Cataguases, tive a oportunidade de ver o trabalho que está sendo feito com as crianças e os jovens e isso me impressionou bastante. Acredito que esse Polo Audiovisual da Zona da Mata é o mais representativo entre todos que conheço no Brasil. Aqui, se vê, de fato, uma preocupação com a formação de profissionais do cinema partindo de sua criancice, de sua juventude, de uma paixão inicial que muitos nem sabem que têm.
Eu me lembro que quando era jovem e comecei a fazer cinema – sem saber que estava fazendo – meu pai me dizia que essa era uma profissão muito difícil e que eu poderia até passar fome. Não passei fome, mas é realmente uma vida difícil.
Além de teimosia, para ser cineasta é preciso ter estudo, é preciso saber se colocar politicamente como ser humano nas áreas da cultura. É preciso ter coragem e não se deixar levar pelas correntes do status quo, que querem impor caminhos conservadores.
Precisamos ter redutos de resistência para seguir em frente, acredito que Cataguases já é um desses redutos culturais”.
Estiveram presentes no evento: Monica Botelho, presidente da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho; Cesar Piva, Marcos Pimentel, Gilca Napier e Gustavo Baldez, diretoria do Polo Audiovisual da Zona da Mata; Ângelo Oswaldo, Secretário de Estado da Cultura de Minas Gerais; Fausto Menta, Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Cataguases; Cleber Lima, Secretário Municipal de Cultura de Visconde de Rio Branco, Janaína Diniz Guerra, produtora da Kinossaurus Filmes; Dandara Guerra, atriz e assistente de direção do filme, ambas filhas do cineasta Ruy Guerra.
HOMENAGEADOS: IN MEMORIAM
Gestores e equipes envolvidas na realização do 6º Festival Ver e Fazer Filmes prestaram ainda duas homenagens in memoriam:
Américo Sobrinho, um profissional multi-artista que integrou a equipe fundadora da Fábrica do Futuro e do Instituto Cidade de Cataguases, sendo colaborador essencial em diversas iniciativas e ações, com destaque na coordenação ao longo de anos do Projeto Tela Viva de Cinema Itinerante.
Cacati Oliveira Souza, esposa de Américo Sobrinho, recebe a homenagem.
Geraldo Veloso, cineasta, crítico, palestrante, ensaísta, pesquisador de cinema, colaborador por décadas do Centro de Estudos Cinematográficos e do Instituto Humberto Mauro, entre tantas outras atividades que exerceu, envolvendo cinema, cultura e arte.
Ângelo Oswaldo, Secretário de Estado da Cultura de Minas Gerais, recebe o prêmio em nome da família de Geraldo Veloso
Fotos: Marcelo Lopes, do site Marcelo Lopes, e Marcos Gama, do site Mídia Mineira.
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