Mais um grande nome do cinema brasileiro é destaque no POLO AUDIOVISUAL.TV: o diretor, produtor e roteirista HELVÉCIO RATTON selecionou três de seus filmes para a mostra realizada em sua homenagem e participou de um debate ao vivo no canal POLO.TV BAR.
Militante na oposição à ditadura militar (1964-1985), Helvécio buscou exílio no Chile nos anos 70, onde trabalha em diversas produções de filmes. Voltando ao Brasil, associou-se ao Grupo Novo de Cinema, dirigindo e produzindo curtas e longas-metragens. Desde o início da carreira, volta seu olhar para a realidade, seja na ficção ou no documentário. “O que me encanta é a narrativa, a forma como ela me prende e me faz esquecer de mim mesmo é o que me faz querer levá-la a outras pessoas”, diz o cineasta.
“Quando recebi o convite do Polo Audiovisual, lancei um olhar sobre minha filmografia e percebi que um recorte possível seria sobre a relação entre Indivíduo e Estado. Acredito que esse é um tema muito presente no momento que estamos vivendo hoje, e acho que precisamos discutir sobre isso. Tem muita coisa acontecendo à nossa volta, temos que ficar atentos como sociedade, falar sobre isso e nos posicionarmos. Não podemos dizer que fomos pegos de surpresa pela História. Esses três filmes mostram de que forma o Estado age sobre o indivíduo, às vezes brutal ou sutilmente, mas é sempre uma dominação”.
Os filmes indicados pelo diretor são: o documentário “Em Nome da Razão” (1979), que revela os horrores vividos por centenas de doentes mentais internados no Hospital Psiquiátrico de Barbacena. O filme tornou-se um marco na luta antimanicomial e nas políticas de saúde mental no Brasil, tendo grande repercussão até os dias de hoje. Em “Batismo de Sangue”, baseado em fatos reais relatados em livro do Frei Beto, o diretor conta a história de frades dominicanos, que sofreram perseguição e tortura por combaterem o regime militar. Já o curta “O Mineiro e o Queijo” mostra como um produto artesanal típico da nossa cultura e economia passa a ser proibido pelo mesmo Estado que o considera como “patrimônio imaterial do povo brasileiro”.
O debate contou com a mediação do jornalista Pedro Varoni, editor do Observatório da Imprensa, e dos diretores do Polo Audiovisual, Cesar Piva e Marcos Pimentel. Convidados para mesa: o cineasta Guilherme Fiúza Zenha (BH), diretor do filme “O Menino no Espelho”, entre outros; a jornalista Fabiane Almeida (Juiz de Fora), do Jornal Tribuna de Minas; a produtora audiovisual Simone Magalhães Matos (BH), diretora da Quimera Filmes; Cleber Lima, Secretário de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Visconde do Rio Branco (VRB) , e Helder Carneiro (Ubá), dramaturgo e psicopedagogo (Ubá).
Cerca de 40 pessoas participaram da live por meio de chat, realizada na noite de 11 de junho. Quem quiser assistir, acesse o vídeo aqui.
A cada quinze dias, um/uma renomado/renomada profissional do audiovisual é homenageado com exibição de seus filmes no POLOAUDIOVISUAL.TV
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