Cineasta mineira resgata a importância das mulheres na construção da sociedade brasileira.
Diretora, produtora e roteirista, com longas e curtas-metragens premiados em festivais no Brasil e no mundo, Elza Cataldo é formada em Cinematografia pela Universidade de Nanterre e doutora na Universidade Paris 5, Sorbonne, na França. Foi também professora e pesquisadora na Universidade Federal de Minas Gerais.Nos anos 90, foi co-fundadora e programadora do Cine Belas Artes em Belo Horizonte, transformando-o em um importante espaço de exibição de filmes fora do circuito comercial, bem como um ponto de encontro de apreciadores do cinema.
Em sua obra, Elza Cataldo volta o olhar para a presença e o protagonismo das mulheres na história do país, frequentemente negligenciada nos registros históricos. Sua produção mais recente (2019), o longa-metragem “As Órfãs da Rainha”, conta a saga de três irmãs portuguesas obrigadas a deixar seu país e vir para o Brasil com a missão de povoar o novo mundo, no contexto da Inquisição no século XVI. Desde o início de sua carreira, Elza Cataldo busca resgatar a história das mulheres no Brasil.
“Em “As Órfãs da Rainha”, eu diria que essas três irmãs representam nossas ancestrais. Em memória delas, busquei utilizar uma linguagem que nos represente como mulheres. A intolerância e a violência, tudo isso vem à tona, dialogando com nosso momento atual. Um filme sobre amor e intolerância, que guarda relação estreita com os tempos conturbados em que vivemos hoje”, explica a cineasta
Para ambientar a trama, passada no século XVI, Elza construiu a primeira vila cinematográfica do Polo Audiovisual da Zona da Mata, erguida na zona rural da cidade de Tocantins. O filme está em fase de finalização.
Ainda em 2019, com o apoio do Polo Audiovisual, Elza Cataldo realizou o documentário “O Levante de Bella Cruz”, sobre uma revolta de escravos ocorrida na região de Carrancas (MG) em maio de 1833. O filme será lançado em breve.
Elza Cataldo é também pioneira do Polo Audiovisual. Em 2010, ela atuou na produção do primeiro longa-metragem realizado na região: “Meu Pé de Laranja Lima”, de Marcos Bernstein, que marcou o início da trajetória do Polo no fomento às produções audiovisuais na Zona da Mata. Nasce daí uma relação de amizade e parceria que se mantém até hoje, com a presença da cineasta na produção de filmes, como consultora em projetos locais, e integrando comissões técnicas em festivais e editais.
Além de produzir e dirigir os filmes da produtora Persona Filmes, a cineasta coproduziu o longa-metragem “A Luneta do Tempo”, dirigido por Alceu Valença. Ela foi coordenadora do Laboratório de Roteiros do CINEPORT – Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa e foi também líder do Núcleo Criativo de roteiros da produtora Brókolis do Brasil.
A MOSTRA ELZA CATALDO irá exibir os filmes:
“Vinho de Rosas”; “O Crime da Atriz”; “A Má Notícia”; “Lunarium – Retratos em azul” e “Lunarium – Sonho e Utopia”
A Mostra fica disponível na plataforma POLOAUDIOVISUAL.TV até o dia 30 de julho. Para assistir gratuitamente basta fazer seu cadastro para ter acesso a esses e vários outros filmes, todos realizados no âmbito do Polo.
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