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17 de março de 2023
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DEPOIMENTOS: “AS ÓRFÃS DA RAINHA”

Após o evento de pré-estreia do filme “As Órfãs da Rainha”, no último dia 9 de março, em Cataguases, registramos uma série de depoimentos de profissionais locais que atuaram na produção, bem como, do público presente vindos de diversas cidades da região.

 

ALEXANDRE MOREIRA – Gestor Cultural (Leopoldina)

Alexandre Moreira - foto“Ainda que eu estivesse esperando o convite para assistir a esse filme há mais de uma década, foi uma alegre surpresa receber o convite para a apresentação do mesmo no Centro Cultural Humberto Mauro, em Cataguases, em meio ao tórrido verão que caracteriza a Zona da Mata mineira.  Elza Cataldo eu já a conhecia desde a produção de O MEU PÉ DE LARANJA LIMA, clássico da literatura infanto-juvenil da minha época. O ÓRFÃS eu conheci, primeiro lendo numa elaborada apresentação do seu roteiro, depois ouvindo a própria Elza contar trama, seus personagens, sua ambientação, a pesquisa histórica, etc. Desnecessário dizer o quanto fiquei fascinado com aquele recorte da história do Brasil. Torná-lo realidade foi um longo caminho que Elza Cataldo percorreu com determinação e bravura. Encontrei-a algumas poucas vezes nesses anos, mas “AS ÓRFÃS” sempre veio à tona nas nossas conversas e quanto mais a ouvia mais eu me encantava com o enredo mas, sobretudo, com a antecipada euforia da diretora, com o desenvolvimento do projeto como um todo, com seu mergulho na pesquisa histórica, de costumes, de linguagem, da cuidadosa escolha de intérpretes, figurinos, adereços, cenografia (impecável!) e todos os demais elementos que compõem o espetáculo estético que vemos na tela. O filme emociona desde a sua abertura que contrasta a paisagem de enormes monolitos, verdadeiras esculturas em pedra, e a indisfarçada força e resiliência das 3 mulheres que desembarcam neste “novo mundo”, tão além dos costumes palacianos da corte em que foram criadas. Desafios, decepções, descobertas, orações e cartas que nunca serão respondidas fazem parte desse rito de passagem que as fazem encontrar a força que possuem e, portanto, a si próprias em suas bem desenhadas individualidades. O filme cumpre seu papel de educador e entretenimento. São mais de 120 minutos em que conhecemos personagens, paisagens, ambientes, aspectos domésticos e culturais, ritos religiosos e, sobretudo, o calvário e redenção em doses particulares dessas 3 irmãs. Estar numa sala de cinema como o CCHM, com a presença de parte do elenco, figurinista e diretora, foi muito prazeroso, é claro, mas a presença física de Mônica Peres Botelho, grande incentivadora desse projeto, foi verdadeiramente emocionante. Mônica, para todos que foram, através de conselhos e ações tocados pela sua bondade, inteligência, bom humor, perseverança e fé na capacidade criadora do ser humano, certamente se emocionaram ao reencontrá-la nesse “batizado” de mais um projeto de força e beleza como o AS ORFÃS DA RAINHA. As mulheres são grandes contadoras de histórias. O ÓRFÃS é uma delas, linda e que nos faz pensar e sonhar. Contem mais, Elza e Mônica, nos contem sempre mais! (Com grandes e agradecidos beijos para Elza, cuja sabedoria e generosidade me ajudou a recuperar a dignidade nos momentos mais atribulados, e para Mônica, que abriu as portas para que eu me encontrasse no mundo.)”

BABI PIVA – Produtora Executiva (Cataguases)

Babi Piva foto

 

“Essa foi uma das experiências mais marcantes da minha vida profissional. Depois de trabalhar em mais de dez grandes produções audiovisuais, assumir pela primeira vez a Direção de Produção de um longa, em um convite da cineasta Elza Cataldo, foi uma prova de confiança que me deixou muito feliz. Foi com ela que realizei meu primeiro trabalho no audiovisual, em 2010 no filme “Meu Pé de Laranja Lima. Então, estar com Elza dez anos depois, na direção de produção de um filme de época, foi muito significativo e me senti muito honrada. E ainda num filme que fala das mulheres, feito por uma equipe majoritariamente feminina, abordando temas do século XVII que, infelizmente, ainda continuam presentes na vida das mulheres hoje em dia. Hoje ver esse trabalho na telona me emocionou muito. Mobilizamos nesse filme mais de 500 pessoas, sendo em sua grande maioria moradores locais. Importante destacar também o envolvimento e compromisso de muitos talentos e técnicos da nossa região, seja no elenco, nas diversas áreas do Set de filmagens, fornecedores e prestadores de serviços. Lembrando que esse filme foi feito em Tocantins, com cerca de 16 mil habitantes, a cidade viveu ativamente nesse processo, construímos a vila cinegráfica, nossa “Vila Morena”, em uma fazenda local, que virou um belo Set a céu aberto”.

CLAUDIO SANTOS – Designer (Belo Horizonte)

foto claudinho“A pós-produção do filme se valeu do uso de animações gráficas para a abertura e os créditos. Foram desenvolvidas pela Voltz Design, baseados em desenhos e pinturas de bestiários medievais. Já os efeitos especiais foram realizados pela equipe da D2R Estúdios, que acompanhou a filmagem de algumas cenas para orientar sob a melhor forma de incorporar as imagens modeladas e animadas em 3D. Um trabalho ousado para um filme de época, realizado em diálogo e sob o olhar atento tanto da diretora Elza quanto do diretor de arte Moacyr Gramacho”.

 

GILCA NAPIER – Gestora Cultural (Muriaé)

Gilca Napier

“Estar em Cataguases e assistir à estreia do filme foi muito importante e emocionante, porque foi um reencontro dos atores e dos produtores culturais do Polo Audiovisual da Zona da Mata. Encontrar com Elza Cataldo, com Monica Botelho, que sempre sonhou em fazer o melhor e sempre conheceu muito bem todos os projetos que ela dava seu aval para serem desenvolvidos pelo Polo e patrocinados pela Energisa. Eu me lembro da Monica muitos anos atrás, me contando sobre esse filme, me falando da importância dele, da importância do Polo produzir um filme histórico. Fiquei impressionada com a empolgação e o cuidado que Elza teve na produção do filme, que na minha memória envolve mais de 10 anos. Uma produção que me chamou atenção nos mínimos detalhes, no cuidado com tudo, com os bordados, com a fotografia, com as imagens, com a vila cinegráfica, e o envolvimento real das pessoas daqui da nossa região. Isso é muito importante, essa é uma característica do Polo, pelo fato de trabalharmos juntos há muitos anos”.

JADER BARRETO – Diretor e Roteirista (Visconde do Rio Branco)

jader

 

“A sessão de pré-estreia do filme “As Órfãs da Rainha” foi uma experiência incrível! O longa, que teve suas gravações concluídas um pouco antes de começar a pandemia, nos proporcionou esse reencontro três anos depois, apresentando uma história necessária, sensível, forte e complexa. Foi uma honra também fazer parte deste processo, especialmente, quando junto com Raffaela Lima, registramos durante as filmagens em um mini documentário, todo o processo de trabalho e o envolvimento das pessoas em mais uma grande produção em nossa região”.

 

MARCELO PEIXOTO – Aquiteto e empresário (Cataguases)

“Só tenho comentários elogiosos a fazer, um filme muito bem feito, pela sua história, muito bem produzido em todosMarcelo Peixoto foto os detalhes. Uma história que muita gente nem sabia, eu mesmo só fiquei a par porque acompanhei as postagens da Elza, nas redes sociais na internet, sobre o desenvolvimento do filme ao longo do tempo. Para mim e para muita gente foi uma grata e grande surpresa saber mais sobre essa história da inquisição, como ela aconteceu também no Brasil. Fui à sessão com boa parte da minha família e todo mundo com quem conversei depois da exibição gostou muito do filme. Mas, por fim, rever Monica Botelho e sentir de perto sua felicidade de estar novamente entre nós, ter sido homenageada e aplaudida de pé por todos presentes, foi um momento de muita emoção e muito especial para ela e para todos nós”.

 

PEDRO MARCOS – Arquiteto e Urbanista (Cataguases)

Pedro Marcos - foto

 

“Uma obra contada pelo silêncio. Pelas dobras das roupas, pelo barro das paredes, pelas linhas no corpo. Nesta obra, a diretora Elza Cataldo imprime a cadência de um cotidiano impossível. Um ritmo orgânico onde o espaço é o corpo de um tempo inapreensível. O filme ainda continua em uma ressonância de não lugar, em suspenso, como obra de arte total”.

 

RAQUEL TEIXEIRA COSTA – Assistente de Produção de Objetos (Tocantins)

foto Raquel Tocantins

 

“Trabalhar no filme foi uma oportunidade incrível pra mim. Estudei cinema na faculdade e jamais imaginei que poderia trabalhar em um filme tão grande e complexo como esse na cidade natal dos meus pais. Foi uma segunda escola, aprendi muito com toda a equipe, que são profissionais maravilhosos e experientes. A forma como a produção do filme envolveu a comunidade também foi maravilhosa, com várias pessoas da cidade contribuindo e trabalhando pro filme acontecer, tudo de forma muito orgânica. As pessoas até hoje se lembram com carinho do período de gravação do filme por lá, e perguntam sobre novidades, querendo ver e saber mais, querendo saber quando vão rodar outro filme lá. Acredito que foi uma experiência muito enriquecedora pra todos que trabalharam no filme e pra cidade em geral, que pôde ver de perto um pedacinho da criação de um filme”.

 



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