Quarta grande produção cinematográfica realizada com o apoio do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, “O Menino no Espelho” é baseado em livro homônimo do mineiro Fernando Sabino, que foi lançado há 30 anos e conta com 85 edições publicadas.
Na direção do filme está Guilherme Fiúza Zenha, cineasta que já atuou em diversas áreas do audiovisual, como produtor, professor, realizador e diretor, e que estreia agora seu primeiro longa-metragem ‘solo’. A produção ficou a cargo de André Carreira, produtor com experiência em longas e curtas metragens e diretor da produtora Camisa Listrada, uma referência em Minas Gerais.
A trama mistura realidade, fantasia, aventura e humor para contar a história do menino que cria um clone imaginário para livrá-lo de tudo que acha chato. O personagem, Fernando, encontra a solução para seus problemas ao se observar diante de um espelho, criando o seu ‘avesso’, Odnanref. É ele quem faz os deveres de casa ou enfrenta o valentão da escola, enquanto Fernando se dedica às boas coisas da vida.
“O Menino no Espelho” traz no seu elenco, Mateus Solano, o Mundinho da novela “Gabriela”, da TV Globo; Regiane Alves, que teve atuação recente na novela “A vida da gente”, da mesma emissora; Ricardo Blat, seu mais recente papel na TV foi na novela global “Fina Estampa”, e Laura Neiva, jovem talento que ganhou destaque por sua participação no filme “À deriva”, de Heitor Dhalia.
Lino Facioli, um brasileirinho de 11 anos que mora na Inglaterra, foi o escolhido para viver o protagonista e seu clone. Lino já atuou em “Game of Thrones”, da HBO, e no longa “O Pior Trabalho do Mundo”, dirigido por Nicholas Stoller, além de séries para TV e curtas. Uma novidade é a participação do cataguasense Murilo Quirino, da mesma idade, que faz sua estreia no cinema já contracenando com o protagonista. As gravações, que vão de 28 de junho à segunda quinzena de agosto, ficaram concentradas na área urbana de Cataguases, no distrito Glória, e nas cidades de Mirai e Leopoldina.
Em Cataguases, as filmagens aconteceram bem no centro da cidade – Avenida Astolfo Dutra, Praça de Santa Rita e Colégio Carmo – despertando a curiosidade dos moradores locais, que ficaram admirados com a reprodução dos costumes, vestuário, automóveis e cotidiano de uma Belo Horizonte dos anos 30, época que ambienta a narrativa. “Famílias inteiras vinham assistir às filmagens, mas sempre de forma respeitosa. Chegou a ser um programa de fim de semana”, comenta o produtor André Carreira. Para o diretor Guilherme Fiúza, os cataguasenses abraçaram o projeto: “Aqui nós encontramos pessoas que estão interessadas no que a gente está fazendo, que conhecem o cinema e valorizam a cultura e a arte”.
A cidade emprestou a beleza de seu traçado arquitetônico para o desenvolvimento da trama, acolheu e participou ativamente da produção do filme, com cerca de 600 pessoas envolvidas diretamente, entre profissionais de diversas áreas, prestadores de serviço, comércio, hotelaria e transporte.
Além dos profissionais do audiovisual, a produção do filme mobilizou artistas, técnicos, fotógrafos, produtores, marceneiros, pintores, costureiras, cabeleireiros, maquiadores, figurantes, motoristas, cozinheiras, eletricistas, e seguranças, em uma intensa empreitada onde foram aplicados na cidade recursos de mais de um milhão e meio de reais.
Entre os cataguasenses que trabalharam na realização do filme, estão vários jovens que passaram por processos de formação em projetos, cursos, festivais, oficinas, fóruns e debates voltados para o fazer audiovisual, em iniciativas integradas ao Polo. Entre eles, Karina Potira, Rafael Ski, ambos assistentes de direção de arte, Juliano Braz, como ‘vídeo assist’, Carolina Frade, assistente de produção, Renatta Barbosa, assistente de preparação de atores.
Para Guilherme Fiúza, ter o apoio das instituições que integram o Polo Audiovisual, e poder contar com infra-estrutura, serviços e pessoas qualificadas para exercer diversas funções na produção do filme foram importantes na escolha da Zona da Mata como locação. Mas outros fatores pesaram nesta decisão: “Vi em Cataguases a possibilidade de fazer um filme de época sem precisar cair no estereótipo do colonial mineiro, aqui encontramos uma ambientação muito apropriada para os anos 30, 40 do século passado”, diz o diretor.
Com previsão de lançamento do longa-metragem no circuito nacional em meados de 2013, o cineasta já imagina o impacto que as imagens da cidade irá provocar no espectador. Ele atenta para o fato de que a Região foi pouca vista na telona, tendo sido retratada apenas nos tempos de Humberto Mauro:
– “Isso oferece para o espectador – e para nossa equipe também – o ineditismo dos lugares e ambientes que a gente está retratando, o que dá uma veracidade enorme para a história. Tenho certeza de que, quando as pessoas estiverem assistindo ao filme, elas vão se perguntar: gente, mas onde fica este lugar? Este é o encanto do cinema!”
O Menino no Espelho” foi gravado em 2012, com o apoio do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e Fábrica do Futuro, com patrocínio da ENERGISA por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
Fotos: Gustavo Baxter / Alicate
Edição e redação: Beth Sanna – Núcleo de Comunicação da Fábrica do Futuro
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