Entre as diversas iniciativas de formação no setor audiovisual promovidas no Brasil, neste início de 2021, destaca-se o curso “Roteiro: do começo ao fim, passando pelo meio” ministrado por Jorge Furtado, um dos mais importantes e premiados cineastas do Brasil.
O curso é uma realização do Centro Cultural b_arco, da Casa de Cinema de Porto Alegre e Projeto Paradiso, com “temas fundamentais do roteiro cinematográfico – os elementos da linguagem, as etapas de desenvolvimento do roteiro, os personagens, a trama, as cenas, os diferentes gêneros e formatos”, com mais de 9 horas gravadas em 27 aulas que estarão disponíveis em uma plataforma online, o que dá oportunidade ao estudante de assistir no lugar e momento que lhe convier. (Saiba mais).
Em Minas Gerais, em parceria com a Universo Produção foi realizado, entre os dias 10 e 14 de março último, uma chamada de seleção para nove (9) bolsas integrais. Foram 60 pessoas inscritas, entre as quais, 20 concorrentes mobilizados pelo Polo Audiovisual na Zona da Mata. Ao final do processo, das nove vagas oferecidas para Minas Gerais, seis candidatos da região do Polo foram selecionados. São eles: Bruna Shelb e Gabriel Marques Nunes (Cataguases), Jader Barreto Lima (Visconde de Rio Branco), Evandro Silva (Muriaé), Rafaella Lima e Samuel Fortunato (Ubá).
“A seleção dos candidatos, feita pela Universo Produção a bolsas de estudo do curso de roteiro a ser ministrado por Jorge Furtado, reflete a diversidade de pensamentos e opiniões e busca reunir alunos que apontaram em suas falas um caminho diferenciado para atuação no audiovisual. Vários deles estão ligados ao Polo do Audiovisual da Zona da Mata, o que representa ainda mais a força de um projeto de continuidade liderado com competência”, ressalta Raquel Hallak, diretora da Universo Produção.
Com 25 anos de atuação no mercado audiovisual brasileiro, a Universo Produção se destaca na realização de grandes eventos no setor, em especial, com a “Mostra de Cinema de Tiradentes”, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto e a Mostra CineBH.
No contexto da Educação, uma das diretrizes principais do Polo Audiovisual da Zona da Mata é gerar transformação social com impacto geracional, envolvendo talentos, sobretudo – a juventude local em ações de intercâmbio, formação, produção e troca de experiências com profissionais reconhecidos no mercado audiovisual brasileiro.
O principal destaque é o Edital Usina Criativa de Cinema, iniciativa integrada ao Festival Ver e Fazer Filmes, realizados em parceria com a Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e o Grupo ENERGISA. Em apenas quatro edições, organizadas entre 2016 a 2019, o edital regional já viabilizou a produção de 20 curtas-metragens e a capacitação de mais de 400 pessoas, entre artistas, produtores e técnicos de diversas áreas, em grande parte de jovens da região.
Para Marcos Pimentel, diretor de formação do Polo Audiovisual, “nossa ideia principal é possibilitar uma experiência qualificada, de forma consistente e continuada, que gera impactos efetivos na vida pessoal e profissional dessa juventude, seja participando de residências criativas, workshops, laboratórios, oficinas e seminários, mostras e festivais, ou atuando nas grandes produções atraídas para serem realizadas na região do Polo” e celebra “o resultado deste processo de seleção para o curso com Jorge Furtado só confirma importância do nosso edital regional, uma verdadeira usina de novos talentos. É extremamente gratificante acompanhar a evolução e as conquistas dessa turma”.
“Ver, entre um dos seis selecionados da nossa região, o Evandro, que começou recentemente na Escola Municipal do Audiovisual “Carlos Scalla”, que nasceu integrada ao Polo Audiovisual, é de uma alegria imensa, que só reforça ainda mais nossa crença na potência criativa local de nossa juventude”, afirma Gilca Napier, superintendente da FUNDARTE – Fundação de Cultura e Arte da Prefeitura Municipal de Muriaé.
“O cineasta Jorge Furtado é uma das maiores referências para minha geração. Era incrível, ver, no final dos anos 80, a potência mobilizadora de um documentário de apenas 15 minutos: “Ilha das Flores”, que impactou nossas vidas e nos inspirou na luta pela redemocratização do Brasil. É emocionante nesse momento ver e participar desse novo encontro, reunindo essa geração que nos enche de esperança e orgulho, que nos dá força para resistir e enfrentar juntos os enormes e novos desafios de nossa frágil e ameaçada democracia, duramente conquistada após um período de ditadura militar em nosso país”, diz Cesar Piva, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata e do Instituto Fábrica do Futuro.
Conheça abaixo os seis selecionados no âmbito do Polo Audiovisual, com depoimentos e um resumo bem interessante da trajetória de cada um.
BRUNA SHELB CORREA (CATAGUASES)
“Poder realizar o curta-metragem “A vida é coisa que segue” em Cataguases, minha cidade natal, e em Santana, cidade natal do meu avô, foi algo que o Polo me proporcionou e vou ter sempre uma relação afetiva muito forte com essa oportunidade. Exibir o filme no Festival Ver e Fazer Filmes, ganhar os prêmios e ter minha família lá pra assistir foi algo que me incentivou a seguir em frente e querer fazer sempre mais. As consultorias que eu e os outros membros da equipe do filme tivemos como parte do edital também foram muito enriquecedoras. Acredito que se pode fazer cinema fora dos grandes centros, um cinema único e cheio de nuances. Cataguases já possui um enorme incentivador que é o Polo Audiovisual da Zona da Mata, onde aprendi muito. Nesse momento, fazer o curso de Roteiro potencializa não só minhas narrativas, mas as narrativas de um local que quer fazer crescer criadores das próprias histórias”.
Principais Mostras e Festivais (2019 a 2021)
7° Festival Ver e Fazer Filmes (Cataguases-MG 2019)
2° Festival Intersessões – Mostra Competitiva Nacional
13º Festival Internacional de Curtas Taquary – Mostra Criancine
4º CineBaru Mostra Sagarana de Cinema – Mostra Competitiva Regional e Mostra Sertãozin
5º Festival Curta Canedo – Mostra Canedinho
19º Primeiro Plano Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades
4º Festival de Cinema de Muriaé – Mostra Regional
13ª MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira – Mostra Mineira
13º Festival de Cinema da Lapa – Mostra Infantil
Exibido no canal de TV Rede Minas (Maio e Outubro 2020)
19º Festival Nacional de Cinema Guaíba – Mostra Nacional e Internacional de Curtas e Longas-metragens
1º Festival de Cinema Velas do Piraquê-Açu – Mostra A Escola Vai Ao Cinema
2º Cine Arcoverde Mostra de Cinema Independente de Arcoverde – Mostra Sertões
Palladium Film Festival: Roma Tre – Mostra Internazionale (Roma, Itália)
Principais Prêmios (2017-2021)
Laboratório de Roteiros Luzes da Cidade 2017 – Menção honrosa
7° Festival Ver e Fazer Filmes (Cataguases – MG – 2019): Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Filme pelo Júri Técnico, Melhor Produção, Melhor Montagem, Melhor Som e Prêmio Especial do Júri para o ator mirim Pedro Vianna
Mostra Criancine: 13º Festival Internacional de Curtas Taquary (Taquaritinga do Norte – PE) Melhor Filme pelo Júri Popular.
Melhor Direção de Arte (2° Festival Intersessões – Ubá – MG)
13º Festival Internacional de Curtas Taquary (Taquaritinga do Norte – PE) Melhor Figurino
13º Festival De Cinema da Lapa (Lapa – PR) Melhor Direção
19º Festival Nacional de Cinema Guaíba (Guaíba-RS) Prêmio Gomezito
“Acho que o audiovisual salvou minha vida. Eu trabalhava com vendas, mas quando tive oportunidade de comprar uma câmera passei a filmar casamentos e outros eventos. Meu desejo era produzir jovens de periferia, criando conteúdos de clipes musicais com histórias de superação. Em 2018 iniciei o curso da Escola Municipal do Audiovisual Carlos Scalla, da Fundarte de Muriaé. Meu objetivo era aprender técnicas de filmagem, e através do meu professor e da vivência com meus colegas, esse curso foi um divisor de águas pra mim. No projeto Ciranda Cultural produzi um documentário chamado “A Quebrada Vive”, que revela a vida de quatro jovens de periferia. Um jovem jogador de futebol que sonha ser jogador do Flamengo. Uma bailarina que sonha em dançar na Itália. Um cantor de rapper que enfrenta preconceitos por ser tatuado. E uma atriz que quer viver da sua profissão mas não tem oportunidade. O documentário já está pronto e deve ser lançado em abril. Na Fundarte, fui convidado para coordenar o setor de Juventude. Lá, minha missão de unir diversos seguimentos da juventude para se organizarem politicamente a fim de darem a voz a quem que nunca teve. Meu próximo passo é ousado: reunir sete cantores de periferia para criar uma música, um protesto social baseado na vivência de cada um. Breve vamos gravar o clipe com um roteiro que só tem a se aperfeiçoar com o curso de roteiro com Jorge Furtado”.
GABRIEL NUNES MARQUES (CATAGUASES)
“Sou produtor da Limoeiro Produções, escritor, produtor, músico e ator. Este ano comemoro 11 anos prestando serviços através do Polo Audiovisual. Iniciei no 2º Festival Ver e Fazer Filmes (2010), ano em que também trabalhei na equipe do primeiro longa do Polo: “Meu Pé de Laranja Lima”. Desde então, estive em vários projetos, tais como: videoclipes de bandas, séries de tv, curtas-metragens do projeto Usina Criativa de Cinema, como: “Depois da Chuva” de Cavi Borges, “Minha mãe chamava Tereza” de Mariana Medeiros, e “Miraí” de Ricardo Alves Jr. Sempre atuando nas áreas de produção de locação, produção local, produção de arte, produção de objetos, diretor de arte e diretor cinematográfico de filmes independentes e autorais”.
Principais produções:
No Polo Audiovisual da Zona da Mata MG:
“Meu Pé de Laranja Lima” de Marcos Bernstein
“Predestinado – O espírito de Zé Arigó e o Dr. Fritz” de Gustavo Fernandes
“Maria do Caritó” de João Paulo Jabour
“Estive em Lisboa e lembrei de você”, de José Barahona
“Introdução à Música do Sangue” de Luiz Carlos Lacerda
“A Queda” de Diego Rocha
“Árvore dos Araújo”, de Alfredo Alves.
Em outras localidades:
“O Filme da Minha Vida” de Selton Mello
“Bandeira de Retalhos” de Sérgio Ricardo.
JADER BARRETO LIMA (VISCONDE DE RIO BRANCO)
“O primeiro contato que tive com o Polo foi através do 4º Edital Usina Criativa de Cinema, em 2016. A partir da produção do meu curta-metragem “De Quando em Vez” vimos que era possível fazer cinema mesmo estando no interior de Minas, e de lá pra cá, por meio da nossa produtora “Cabeça de Vento” realizamos muitos outros projetos em parcerias, como outros filmes e minidocumentários sobre as produções dos filmes “As Órfãs da Rainha”, “Correndo Atrás”, “Derrapada” e a série “Árvore dos Araújo. Em 2019 foi contemplado novamente no edital Usina, desta vez com o curta “Até Onde a Vista Alcança”.
Prêmios: “De quando em vez”
4º Festival Ver e Fazer Filmes (Cataguases-MG): Melhor Roteiro, Melhor Montagem, Melhor Direção, Melhor Filme (júri popular) e Melhor filme (Júri Técnico)
Festival Mimo – Paraty-RJ
Festival Intersessões – Ubá-MG
20ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Festival Muvi / Lisboa – Portugal
Festival Oiá – Mindelo – Cabo Verde.
Prêmios: “Até Onde a Vista Alcança”
7º Festival Ver e Fazer Filmes (Cataguases-MG): Melhor Roteiro, Melhor Direção e Melhor fotografia
3º Festival Intersessões (Ubá-MG)
13º MOSCA – Cambuquira-MG.
Minidocs:
“Correndo Atrás” de Jeferson De
“A Árvore dos Araújo” de Alfredo Alves
“As Órfãs da Rainha” de Elza Cataldo
“Derrapada” de Pedro Amorin
RAFAELLA LIMA (UBÁ)
“Minha relação com o Polo começou em 2014, como Still de um longa-metragem, mas o vínculo maior veio a partir do 1º Edital Usina Criativa de Cinema, quando realizamos o curta-metragem “De Quando em Vez”, em 2016. Foi realmente transformador! Desde então, o Polo foi fundamental para meu desenvolvimento profissional e me possibilitou enxergar que não precisaria sair da minha cidade natal para trabalhar com cinema nas suas várias instâncias.
Nesses anos, já realizei diversos projetos através do Polo Audiovisual, em editais de produção de curtas-metragens autorais, em equipes de longas-metragens com foco no trabalho de Still e Making Off, e, também, através do vínculo com projeto Escola Animada – Rede Cineclube por dois anos, que me inspirou e me deu base para dar continuidade à prática de Cinema e Educação, assim como criar o Festival de Cinema Intersessões, já em sua 3 edição na cidade de Ubá, com itinerância nas cidades vizinhas. Hoje em dia, nós (eu e Jader Barreto Lima) atuamos através da nossa produtora “Cabeça de Vento”, e pretendemos seguir produzindo, nos formando e fortalecendo cada vez mais nossos projetos aqui na região”.
Principais produções:
“Introdução à Música do Sangue” de Luiz Carlos Lacerda
“Maria do Caritó” de João Paulo Jabour
“Coração das Trevas” de Rogerio Nunes
“Castelo de Terra” de Oriane Descout
“As Órfãs da Rainha” de Elza Cataldo
Minidocs:
“Correndo Atrás” de Jeferson De
“A Árvore dos Araújo” de Alfredo Alves
“As Órfãs da Rainha” de Elza Cataldo
“Derrapada” de Pedro Amorin
SAMUEL FORTUNATO (UBÁ)
“O Polo Audiovisual permite que eu seja o que acredito ser: cineasta, a possibilidade de não somente realizar filmes com incentivo e facilidades, mas também me capacitar, trabalhar em longas e séries, me aninhar com gente que pensa cinema na nossa zona da mata mineira. No âmbito do roteiro: Eu tenho um problema com roteiros ‘interminados’ que, com a benção do Jorge Furtado, eles vão dar um jeito de acontecerem. Trabalhei nos longas do Polo, dirigi e roteirizei o documentário em curta-metragem “Um Certo Maralonso”, contemplado no Edital Usina Criativa de Cinema”.
Prêmios “Um Certo Maralonso”
6º Festival Ver e Fazer Filmes (Cataguases – MG 2018): Melhor Filme, Fotografia, Som, Figurino e Produção
22ª Mostra Tiradentes (MG)
2º Cine Cariri (CE)
3ª EXIBE – Barbacena (MG)
FFF – Festival de Filmes de Faina (GO)
12ª MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira (MG)
6º Festival de Cinema de Caratinga (MG)
1ª Mostra de Filmes do Velho Oeste (SP)
13º CineBH (MG)
Mostra Sesc de Cinema 2019 – Panorama Minas
3º Curta Suzano (SP)
5º Festival Curta de Campos do Jordão (SP)
11º Cinefest Votorantin (SP)
18º Primeiro Plano Festival de Juiz de Fora e Mercocidades (MG)
3º Festival de Cinema de Muriaé (MG): Melhor Fotografia
2º Intersessões – Festival de Cinema Itinerante (MG): Melhor Fotografia
Principais produções:
“Aos Pedaços” de Ruy Guerra
“Dentro da Caixinha – Segredo de Criança” de Guilherme Reis
“Vinis e Peixes” de Rafael Ski.
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