Uma das atrações mais esperadas do 6º Festival Ver e Fazer Filmes será a primeira exibição pública dos filmes realizados por jovens diretores da Zona da Mata. Selecionados pelo Edital Usina Criativa de Cinema, eles receberam apoio financeiro e consultorias especializadas para suas produções, envolvendo equipes locais. Um quinto filme foi realizado pelo cineasta mineiro Ricardo Alves Jr, que participou do projeto como diretor convidado.
Em sua terceira edição, o Projeto Usina Criativa de Cinema volta a mobilizar empreendedores audiovisuais da região em uma ação de formação e produção audiovisual. Selecionados por meio de um edital, destinado a residentes na área de atuação do Polo Audiovisual da Zona da Mata mineira, os jovens diretores tiveram consultorias em nove áreas técnicas e cada contemplado recebeu $30.000 para a produção de seu curta-metragem.
Em 2018, concorrendo com 24 proponentes, foram selecionados pela Comissão Técnica dois projetos de obra de ficção, uma animação e um documentário. Como prevê a chamada pública, todas as produções foram realizadas com equipes de profissionais locais e com locações em cidades e distritos da região. O diretor convidado nessa edição foi Ricardo Alves Jr, autor de filmes premiados como o longa “Elon não acredita na morte”, e o curta “Tremor”. Ricardo ministrou também a consultoria de Direção para todas as equipes.
Os cinco filmes serão exibidos no dia 26 de outubro, em sessão especial do 6º Festival Ver e Fazer Filmes, em Cataguases, concorrendo a prêmios em diversas categorias, pelo Júri Técnico e Júri Popular.
Veja abaixo quem foram os diretores contemplados na 3ª edição do Projeto Usina Criativa de Cinema e como foram as filmagens:
“A PARTIDA DO MENINO NEIMAR” (Animação / Ubá)
Diretor: RAFAEL BIANCHINI
Utilizando o futebol como alegoria, essa animação em rotoscopia conta a história de um garoto chamado Neimar que, ao contrário de seu ídolo, tem de driblar as adversidades para sobreviver.
Essa produção envolveu diretamente 18 profissionais da região, além de personagens e moradores locais que foram incorporados à história. A equipe principal é formada por: Rafael Bianchini (conhecido como Recruta), diretor, diretor de arte e animador; Thiago Franco, diretor de animação; Gustavo Estevão, animador; Jader Barreto Lima, roteirista e assistente de direção; Rafaella Lima, produção, gravação de vídeo de rotoscopia; Augusto Antonucci, fotografia; Wagner Candiam, trilha sonora; Wanderlei Sperandio, técnico de som. Para viver o personagem principal, Neimar, foi convidado Guilherme Tavares, conhecido como Xistinho, jogador de um time de futebol de Visconde do Rio Branco.
Com locações no bairro Vila Casal, em Ubá (bairro Vila Casal) e bairro Alto da Boa Vista, de Visconde do Rio Branco, o filme envolveu a comunidade local: “As filmagens se deram de maneira muito tranquila, os moradores locais foram muito solícitos, dedicados e prestativos. A equipe do curta viveu um momento de intensa troca com a comunidade, o que trouxe mais veracidade à narrativa”, comenta Recruta.
“UM CERTO MARALONSO” (Documentário / Ubá)
Diretor: SAMUEL DE OLIVEIRA FORTUNATO
A saga de Mário Alonso é o tema desse documentário, personagem que deixou seus feitos gravados na história da região, há mais de 50 anos, sendo retratado ora como bandido, ora como justiceiro.
O filme mobilizou cerca de 30 pessoas, entre produtores, técnicos, artistas, figurantes e colaboradores, em especial moradores locais, que conheceram Mário pessoalmente ou ouviram seus ‘causos’ de outras pessoas. Na equipe técnica: Samuel Fortunato na direção, roteiro e montagem; Mariana Moss produção geral; Igor Freitas e Alexandre Borges, direção de fotografia; Miron Soares na direção de arte; Tiago Glomer e Vanderlei Sperandio, som direto; Eduardo Yroshe e Leonardo Gatto, assistentes de câmera; Isabela Souza e Samara Lopes, assistentes de produção; Robson Crusu, designer; Me Gusta Xagusta, trilha sonora. Na consultoria histórica, o Professor Joaquim Carlos de Souza, além de Cleber Lima e Sebastião Fortunato como interlocutores.
As filmagens foram realizadas em distritos rurais de Ubá e de Tocantins. O centenário Museu Ginásio São José, em Ubá, também serviu de base e de locação para o filme.
“Sempre gostei muito de estradas de terra e da roça, seu povo e sua generosidade. Assim, realizar um filme de roça, em minha cidade natal, me fez resgatar um pouco da minha essência. Durante cinco noites enluaradas, filmamos na antiga Estação Ferroviária de Tocantins e nas zonas rurais de Parada Moreira e Miragaia, onde encontramos muita solidariedade, as pessoas emprestaram cavalos, equipamentos de montaria, embarcaram nessa aventura madrugada adentro acreditando no filme, foi muito bonito”, conta Samuel Fortunato.
“CASULO” (Ficção / Cataguases)
Direção: RAFAEL AGUIAR
As complexas relações entre pai e filho, que vivem isolados em um sítio no interior de Minas Gerais, são o fio que conduzem essa narrativa, com roteiro e direção de Rafael Aguiar.
Com locações nos distritos rurais Sinimbu e Glória, em especial na Serra da Neblina, localizados em Cataguases, Rafael envolveu cerca de 50 pessoas da região em sua produção, incluindo técnicos, artistas e figurantes.
A equipe foi composta por: Rafael Aguiar, diretor e roteirista; Carla Werneck e Maria Rita Aguiar, assistentes de direção; Durso BC, diretor de fotografia; Tiê Mundim, assistente de câmera; Oswaldo Lioi, diretor de arte; Leandro Silveira, produtor de arte; Eduardo Yep, som direto; Thiago Renaut, assistente de som; Karina de Freitas, produção executiva; Fernanda Aguiar, assistente de produção executiva; Alexandre Elmais, Joanna Marins e Juliana Junqueira, produção; Juliano Braz, maquinária; Juliana Souza, logger; Rodrigo Sapulha, elétrica; Carolina Keusen, figurinista; Alessandra Souza, assistente de figurino; Flávia Massena, produtora de objetos; Rodrigo Souza Oliveira, assistente de produção de objetos; Hiago Gaudereto, maquiagem; Rita Cássia Pinheiro, cathering; Mazin Mendonça, Música Original. No elenco: Ramon Brant, Samir Hauaji, Letícia Rachid, Tarcísio Vória, Raquel e Murilo Andrade.
Rafael Aguiar conta que a experiência de produção foi muito intensa e especial: “Com participação de uma grande equipe, filmamos em apenas três dias, por isso o profissionalismo e dedicação de todos foram tão importantes para o resultado final. Apesar do tempo chuvoso e das locações ao ar livre, conseguimos driblar as dificuldades e deu tudo certo. Trabalho com essas pessoas desde meu primeiro filme em Cataguases, e a cada novo projeto, novas pessoas são convidadas a participar das filmagens”, comenta Rafael. Com “Casulo”, o diretor realiza seu 7º curta-metragem na região, sempre com profissionais locais.
SANTA (Ficção / Cataguases)
Diretor: MARCO ANDRADE
“Uma história sobre resistência, afeto, pertencimento e primeiro amor”: É assim que Marco Andrade define a trama abordada em “Santa”, que coloca em cena a questão da identidade de gênero, trazendo uma mulher transexual como personagem principal. As filmagens foram realizadas na Serra da Neblina, no distrito Glória, de Cataguases, e na zona rural de Itamarati de Minas.
A produção mobilizou cerca de 50 pessoas da região em sua produção, entre técnicos, produtores, artistas, assistentes, elenco e figurantes. A equipe foi formada por: Marco Andrade Gonçalves, diretor e roteirista; Karina Freitas, produtora executiva; Tadeu Pacheco, coordenação de produção; Heitor Nóbrega, assistente de produção; Eduardo Guedes Moreira, diretor de fotografia; David Simões Gomes, assistente de fotografia; Juliana Souza, logger; Leandro Silveira, diretor de arte; Claudia Marques Paes, assistente de direção de arte; Rodrigo Zauza, assistente de produção de arte; Juliano Braz,técnico elétrica; Rodrigo Pina, assistente técnico elétrica; Samantha de Almeida Oliveira, figurinista; Melissa Travagini Resende, assistente de figurino; Murilo Gazola, técnico de som; Thiago Renaut, assistente técnico de som; Guilherme, maquiador, Narley Vieira Costa, carro produção.
A protagonista foi Jessica Müller, que contracenou com o ator Bruno Kott. Outros seis atores e atrizes formaram o elenco: Luiz Leitão, Patrícia Paula de Moura, Fabrício Verassani Sereno, Roberta Rodrigues de Araújo, Priscila Sandes Reboredo, Davi Sandes Reboredo, Euler Pereira Luz, Daniela Salgado Lacerda.
As filmagens foram realizadas na Serra da Neblina, no distrito Glória, de Cataguases, e na zona rural de Itamarati de Minas.
“Foi um set muito tranquilo, harmonioso e era notório o amadurecimento profissional da equipe. Todos estavam muito integrados à trama e ao universo transgênero, o que possibilitou várias reflexões nos bate papos que tivemos durante o almoço e nos intervalos das filmagens. Saímos do set de “Santa” muito maiores, mais conscientes e com um olhar diferenciado sobre as questões de gênero, pertencimento e identidade”, comenta Marco Andrade.
“MIRAI” ( Ficção / Miraí)
Diretor: RICARDO ALVES JR
Diretor de cinema e teatro, com longas e curtas premiados em festivais, Ricardo Alves Jr, de Belo Horizonte, é o cineasta convidado nesta edição do Projeto Usina Criativa de Cinema, como prevê o Edital.
Em sua primeira experiência de produção no âmbito do Polo Audiovisual, Ricardo mobilizou uma equipe de cerca de 30 pessoas, entre profissionais de Belo Horizonte e da Zona da Mata. A trama, que aborda os desafios enfrentados por operárias de uma indústria têxtil, teve como destaque a participação de 12 funcionárias da indústria Papi Têxtil, da cidade de Miraí, onde foram realizadas as filmagens.
Na equipe técnica: Direção e Produção: Ricardo Alves Jr; Roteiro: Germano Melo; Fotografia: Ana Alice Andrade; Assistente de Direção: Gabi Monteiro; Assistente de Fotografia: Matheus Rufino;2° Assistente de Fotografia: Juliano Braz; Direção de Produção : Gabriel Nunes Tupinambás; Montagem: Henrique; Figurino e Produção de Arte: Margareth Amorim; Som direto: Vitor Brandão; Assistente de Som: Augusto Cesar; Edição de Som: Pablo Lamar.
A protagonista foi Rejane Faria, que atuou ao lado das trabalhadoras da indústria: Andressa Esteves Nicácio, Aliane Aparecida Couto Oliveira, Marli Carneiro de Souza, Simone Pereira de Barros, Alessandra da Silva Almeida, Renata Lúcia Dias, Fabíola Moura Oliveira e Silva, Aleci Teodora Gonçalves, Sueli Braga de Miranda, Sueli Nubes Peron, Camila da Silva Chiconelli, Márcia Venâncio Gonçalves.
Ricardo Alves Jr conta como foi sua experiência na região: “filmar no Polo Audiovisual de Cataguases foi conhecer uma região que não tinha contato até então. É visível a qualidade dos profissionais que o polo vem formando nesses últimos anos, o envolvimento artístico e profissional da equipe com quem trabalhei. Vejo com muito entusiasmo o trabalho realizado pelo polo, tanto em relação ao movimento que as produções trazem para a economia da região, quanto à possibilidade de formação dos profissionais da região. Participar do Edital Usina Criativa de Cinema foi ter contato com projetos diversos, de jovens produtores e realizadores interessados em pensar e criar novos universos possíveis para o audiovisual, mostrar na tela as potências humanas e fabulares da Zona da Mata”.
O FESTIVAL VER E FAZER FILMES é uma realização do Instituto Fábrica do Futuro em parceria com Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e a Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, com o patrocínio da ENERGISA através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, com apoio das Superintendências Regionais de Ensino de Leopoldina, Muriaé, Ubá e Juiz de Fora da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, do Instituto Cidade de Cataguases, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Cataguases, do Instituto Federal – IF Sudeste, da Cia Brasileira de Alumínio e Sebrae.
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